GABRIEL
DELANNE
23/03/1857 - 15/02/1926
23/03/1857 - 15/02/1926
O
PESQUISADOR INCANSÁVEL
Nascido em Paris, 23/03/1857 - 15/02/1926, foi um dos dois mais próximos discípulos de Alann Kardec e o 1º grande vulto do Espiritismo nascido em uma família
espírita. Estudou, pesquisou, comprovou
e divulgou incansavelmente o Espiritismo
Científico.
Um menino que foi chamado
François-Marie-Gabriel Delanne, filho de Alexandre Delanne, amigo íntimo de
Allan Kardec. Um dia o Codificador tomou esse garoto,
colocou-o em seu colo e vaticinou:
“–
Este menino um dia será uma personalidade de destaque no Espiritismo.”
E acertou porque com apenas 28 anos publicou
a sua primeira obra intitulada, O Espiritismo Perante a Ciência, nos idos de
1885, 16 anos após a desencarnação de Allan Kardec.
Gabriel Delanne, que foi criado em ambiente
espírita, mostrou a estreita relação entre a Ciência e a espiritualidade,
unindo, através de sua palavra clara e objetiva, a ciência, a filosofia e a
moral espírita.
Os pais e a infância
Muitas das biografias que temos lido apresentam, quando muito, os nomes e
profissão dos pais da pessoa em questão, revelando alguma importância que a
família pode ter tido para, em seguida, não mais voltar a tratar deles em seu
trabalho.
No caso de Gabriel Delanne, este procedimento seria imperdoável, já que seus
pais tem uma relevância central na sua história pessoal e espírita.
Alexandre Delanne, pai de Gabriel,
era um representante comercial que possuía uma loja de artigos de higiene na
França. Seu interesse pelo Espiritismo foi despertado em uma de suas viagens à
cidade de Caen, no "Cafe de Grand Balcon", quando ouviu uma conversa
entre dois homens e zombou do que assumia posições espíritas. Este, ao invés de
se zangar, deu-lhe uma explicação geral do trabalho de Kardec e recomendou-lhe
a leitura de livros publicados pelo codificador. Intrigado, Delanne pai
comentou o acontecido com sua esposa, Marie Alexandrine Didelot, que o
incentivou a adquirir os livros.
Em pouco tempo estavam lidos "O Livro dos Espíritos" e "O Livro
dos Médiuns", marcado um encontro com o Sr. Allan Kardec e a Senhora
Delanne psicografara sua primeira mensagem, no grupo do codificador, onde se
liam três palavras: "Crede, Orai e Aguardai".
Fundou-se um grupo na casa dos Delanne, que o dirigiam com austeridade e jamais
aceitaram nenhum tipo de remuneração, apesar de sua condição humilde. Muitos
foram os fenômenos e encontros que se deram entre os habitantes de dois planos
da realidade.
Um episódio que Delanne pai trouxe ao público posteriormente foi a comunicação
do Cardeal Lambrusquini, obtida através da Senhora Potet, redigida em idioma Piemontês,
desconhecido dos membros do grupo e reconhecido por dois visitantes. No dia
seguinte, a Senhora Delanne serviria de intermediária entre os visitantes e seu
ilustre conhecido. O cardeal respondeu a perguntas formuladas mentalmente pelos
compatriotas, registradas em um pedaço de papel para que se pudesse apurar o
conteúdo das comunicações.
Neste ambiente viveu François-Marie Gabriel Delanne (1857-1926) a sua segunda
infância e adolescência. Ele conviveu intimamente com faculdades mediúnicas
diversificadas de sua própria mãe e dos médiuns que freqüentavam sua casa. Uma
mostra da sua ligação com o Espiritismo desde a infância foi um episódio onde
substituiu o pai em sua reunião, com apenas oito anos, explicando o que fosse
necessário às pessoas que participaram dela. (WANTUIL, 1980. p. 315)
Sua ligação com os membros de sua família foi intensa. Dedicou posteriormente
seu "A Evolução Anímica" à sua tia Anette Delanne "como prova de
reconhecimento da ternura que povoou a minha infância". Sua ligação com
Allan Kardec também foi significativa. Wantuil (1980, p. 316) afirma que em uma
oportunidade Kardec dispensou a ele mimos que um avô dispensa a seu neto.
Gabriel Delanne dedicou-lhe o livro "O Fenômeno Espírita" com as
seguintes palavras: "À alma imortal de meu venerando mestre Allan Kardec
eu dedico este livro, obra de um de seus mais obscuros mas de seus mais
sinceros admiradores."
Delanne não se casou durante sua vida, embora houvesse mantido os laços com sua
família. Em 1905 ele adotou a menina Suzanne Rabotin, com sete meses, que lhe
fez companhia até a morte.
A história profissional
Delanne iniciou seus estudos no
Colégio de Cluny, passando a seguir para o Colégio de Gray e sendo admitido, em
1876 na Escola Central de Artes e Manufaturas, que
abandonou no ano seguinte. Regnault afirma que o abandono dos estudos se deveu
à situação financeira da família de Gabriel.
Foi admitido como engenheiro na Companhia de Ar Comprimido e Eletricidade Popp,
onde trabalhou até 1892. Possivelmente se deve a este emprego o fato de alguns
autores se referirem a Gabriel Delanne como engenheiro. Posteriormente Delanne
trabalharia alguns anos como representante comercial, até 1896. Após esta data
ele dedicou-se integralmente ao Espiritismo.
Delanne possuía problemas de saúde que foram agravados com o tempo. Na infância
ele ficaria cego de um olho em decorrência de um abcesso. Nos anos 90 sua
ataxia já se fazia notada no andar e o agravamento da doença de base o faria, a
partir de 1906, andar com duas muletas.
Homem Público do Movimento Espírita
Nas comemorações de 1880 da desencarnação de Kardec, Delanne fez um discurso no
túmulo em Père Lachaise,
onde expôs, entre outras idéias, a posição de que Allan Kardec não viera trazer
nenhum culto, que ele adotara a moral cristã e que havia ainda um campo
inexplorado para estudos, que são as relações entre o mundo dos espíritos e o
nosso.
Dois anos depois seria criada, com sua participação, a União Espírita Francesa.
Em um episódio curioso, Delanne recebe da Sra. Elisabeth D"Esperance,
médium cujas faculdades lhe dão notoriedade até os dias de hoje, cerca de 5.000
francos para editar um jornal espírita. Surge o periódico bimestral "Le
Spiritisme" onde Delanne assume o papel de redator geral, o primeiro
volume foi publicado no mês de março. Lantier afirma que Delanne era um redator
criterioso e rejeitava artigos dos amigos que não apresentassem os rigores exigidos
pela ciência.
Regnault citou um fragmento de um discurso que expressa bem as diretrizes que
Delanne tomou para a sua prática: demonstrar que o Espiritismo não é
incompatível com a Ciência e divulgá-lo amplamente, para que não ficasse
reduzido a uma elite de cientistas e intelectuais. Mesmo o cáustico Dumas
(1980) reconhece os seus esforços em desenvolver as bases científicas do
Espiritismo.
Em 1883 Delanne se vê envolvido com um debate público com Guérin, onde o tema
central é a encarnação de Jesus Cristo. A posição de Delanne é a de que Jesus
não possuía nenhuma natureza especial, embora tivesse notáveis inteligência e
evolução.
Dois anos depois ele publicaria o primeiro de uma série de livros que
comentaremos posteriormente.
Em 1885 foi eleito vice-presidente da União Espírita Francesa, e nos cinco anos
que se seguiram proferiu inúmeras conferências.
A década de 1890 foi marcada pelo regresso de muitos dos seus entes queridos para
a pátria espiritual. Em 1892 desencarnou-lhe o irmão, Ernesto; dois anos depois
foi a mãe e em 1901 seria a vez de Alexandre Delanne, o pai e companheiro de
trabalhos no meio espírita.
Uma nova revista seria fundada com o suporte financeiro de Jean Meyer, a Revista
Científica e Moral do Espiritismo (1896).
Em 1898 foram feitas comemorações do cinqüentenário do Espiritismo, que,
portanto, era considerado a partir dos fenômenos de Hydesville, com duas
conferências públicas e gratuitas: Léon Denis e Gabriel Delanne.
No ano seguinte houve a transformação de mais um órgão central do Espiritismo
Francês: a fundação da Sociedade Francesa de Estudo dos Fenômenos Psíquicos.
Nota-se a falta do termo Espírita nesta nova sociedade. A despeito deste comentário,
Regnault e Bodier afirmam que seu trabalho nesta sociedade foi amplamente
marcado pela obra de Kardec e formou inúmeros espíritas e experimentadores.
Delanne aceitou o cargo de vice-presidente.
Ele passou a fazer conferências públicas gratuitas nas noites de terça-feira na
sede da Sociedade sobre os fenômenos do Espiritismo. A esta época ele já
aceitava convites para fazer palestras gratuitas em Paris e no interior da
França.
A participação de Gabriel Delanne nos congressos internacionais foi ativa. Participou
da comissão de organização do Congresso Espírita e Espiritualista de 1900 onde
fez a conferência de abertura. Em 1905 compareceu ao Congresso de Liège onde
fez uma conferência sobre a exteriorização do pensamento.
Delanne foi a Alger auxiliar o professor Richet (prêmio Nobel de medicina) em
suas pesquisas com a médium Marthe Béraud na casa do general Noël. O episódio
passou à história com o nome de "o fantasma de Bien Boa". Nele Richet
testemunharia fenômenos de materialização de espíritos de corpo inteiro, após
preparar o ambiente com os cuidados que a Metapsíquica sugeria, evitando-se
fraudes. O leitor interessado poderá ler o episódio, com um certo ar literário,
no livro de Lantier (1971).
Delanne participou de pesquisas com o médium Miller, que posteriormente Denis
desmascarou, no ano de 1906.
A Revista Científica e Moral do Espiritismo foi interrompida em 1914, em função
da guerra, voltando a ser editada em 1917.
Em 1919, com a participação de Jean Meyer, foi fundada a Federação Nacional dos
Espíritas da França, que incorporou a Sociedade. Delanne tornou-se presidente
deste órgão. Meyer fundou também, neste mesmo ano, o Instituto
Metapsíquico Internacional, que teve como presidente Gustave Geley, indicado
por Delanne.
Sua desencarnação se deu em 1926,
um ano depois da desencarnação da prima que lhe auxiliava com a doença que praticamente
lhe impedia de andar. Bodier e Regnault narram o episódio acontecido no dia do
seu falecimento, quando Delanne aceitou receber um anarquista que discutiu
Espiritismo durante duas horas e meia, saindo claramente abalado com as colocações
de Delanne, por volta das 18:00 h. Próximo das 20:00 h, Delanne teve um ataque, e
avisou aos presentes que iria desencarnar. Andre Bourgeois o socorre e diz-lhe
que se recuperaria, ao que ele redarguiu: "- Sim, no Além". Às 7:00 h da manhã do dia seguinte
desencarnou Delanne.
Delanne - Escritor
Até o presente momento evitou-se tratar dos livros escritos por Delanne,
apresentando-se apenas as revistas com que colaborou ou editou.
Seu primeiro livro foi publicado em 1885 com o título "O Espiritismo perante a Ciência".
Dividido em cinco partes, trata inicialmente das diversas teorias relacionadas
à existência da alma, da história e teoria do magnetismo, sonambulismo e
hipnotismo, dos experimentos que provam a imortalidade da alma, do perispírito,
provas de sua existência, sua composição e seu papel na desencarnação,
concluindo com uma parte que trata da mediunidade. Lantier (1971, p. 77) faz um
comentário a respeito deste livro que nos faz crer que ele não o tenha lido.
"O autor,
dando prova de sua grande erudição, combate nele o materialismo com argumentos
que se apoiam mais nas realidades do eletromagnetismo do que nos postulados do
kardecismo."
Ao se referir ao eletromagnetismo, Lantier deve estar querendo falar do
magnetismo animal de Mesmer e seus sucessores, dos quais Delanne trata na
segunda parte. Como atribuir a teoria do perispírito a alguém que não seja
Kardec? Como atribuir o tratamento dos tipos de mediunidade ao
eletromagnetismo? Falando francamente, Jacques Lantier parece não ter lido o
livro que comenta, ou desconhecer a obra de Allan Kardec.
A edição brasileira deste livro foi traduzida por Carlos Imbassahy e revista
por Lauro S. Thiago para a segunda edição de 1993. A edição que serviu
de base a este artigo, de 1993, indica que foram impressos até então dez mil
livros, mas é necessário comentar que ele ficou décadas sem ser publicado.
A segunda publicação de Delanne foi "O
Fenômeno Espírita", que veio a público em 1896. Espécie de curso
introdutório ao Espiritismo, este livro apresenta a comunicação com os mortos
desde a antigüidade, dedicando um capítulo para os tempos modernos, onde
apresenta com propriedade o desenvolvimento do "new spiritualism"
anglo-americano desde as irmãs Fox, o trabalho de Kardec e seus contemporâneos
e as pesquisas alemãs de Justinus Kerner aos seus contemporâneos. Segue-se a
apresentação de fenômenos de efeitos físicos e uma discussão das teses
alternativas à mediunidade, com a apresentação de fatos diversos que comprovam
as quatro faculdades básicas da mediunidade. A segunda parte termina com um
capítulo sobre o "Espiritismo Transcendental", termo que se refere
aos fenômenos de materialização, desmaterialização, transporte e outras
faculdades de efeitos físicos. A terceira parte do livro é destinada aos grupos
espíritas, apresentando sugestões para o seu funcionamento. A quarta e última
parte se destina a discutir a tese materialista e a apresentar argumentos em
favor da reencarnação.
Esta é uma obra que merece ser indicada aos iniciantes em Espiritismo que já
possuam hábito de leitura, de leitura quase obrigatória aos que se dediquem à
prática da doutrina dos espíritos. Sua tradução foi realizada por Ewerton
Quadros, e a edição consultada indicava a publicação de 29.000 livros pela FEB
em 1992.
A próxima contribuição do discípulo de Kardec à literatura espírita, foi
publicada em 1897 e está traduzido em português com o título "A Evolução Anímica". Esta obra é
uma análise comparativa dos postulados espíritas frente à Psicologia
Fisiológica da época. Desdobram-se temas como a vida (entendida organicamente),
a memória, as personalidades múltiplas, a loucura, a hereditariedade e o
universo, onde se discute a evolução cósmica e a evolução terrestre.
Traduzido para o português por Manuel Quintão, em 1992 a FEB já havia impresso
34.000 volumes.
Seu quarto livro, cuja primeira edição veio a público em 1898 ainda não está
traduzido para o português e seu título poderia ser traduzido como "Pesquisas Sobre a Mediunidade".
Sobre este livro silenciam Regnault e Bodier, e o suspeito Lantier indica,
lacônico, a sua publicação. Hermínio Miranda, entretanto, conseguiu a edição
francesa de 1902, que cita em seu "Diversidade dos Carismas".
Neste mesmo ano, Delanne prefaciou o livro "Katie King: histoire de ses
aparitions", cujo autor não é indicado por Lantier.
Em 1899 Delanne publicou "A Alma é
Imortal", quinto livro consecutivo em cinco anos de trabalhos. Nele se
trata da imortalidade da alma, do perispírito, do desdobramento do ser humano, do corpo fluídico após a morte, as experiências de De Rochas
sobre a exteriorização da sensibilidade, as fotografias de espíritos
desencarnados, as criações fluídicas da vontade, e as teorias científicas do
tempo, espaço, conservação da energia e ponderabilidade.
Traduzido para o português por Guillon Ribeiro, a obra consultada já estava em
sua quarta edição, em 1978.
Após um jejum de dez anos Delanne traz a público a obra que todos os seus
biógrafos consideram sua obra prima. Em língua portuguesa ela poderia ser
traduzida "As Aparições
Materializadas dos Vivos e dos Mortos". Seu primeiro volume foi
publicado em 1909 e seu segundo volume em 1911. Regnault e Bodier (1990, p. 61)
afirmam que no primeiro volume "Gabriel Delanne não deixa sem resposta,
nenhuma das objeções que são feitas à existência da alma dos vivos. Para
prová-lo, fornece uma documentação extraordinária, baseada em múltiplas
experiências científicas." Eles continuam tratando do segundo tomo, o que
se transcreve abaixo:
"No
segundo tomo mostra a analogia que existe entre o que se passa durante a vida
dos seres e o que existe quando, não tendo mais o corpo físico, podem, todavia,
manifestar sua sobrevivência através de comunicações "post mortem".
Daqui a alguns
séculos, quando os historiadores desejarem tornar conhecido o que havia na
época da barbárie, quando existiam materialistas, os humanos dessa época
ficarão muito espantados ao constatarem que os metapsiquistas nada tinham
inventado."
Oitenta e cinco anos se passaram sem que os espíritas brasileiros possam ter o
prazer de ler em sua língua a presente obra. Uma vez que alguns privilegiados
ainda a possuem, o que se pode fazer é esperar que um dos estudiosos dedicados
que o movimento espírita brasileiro possui se prontifique a traduzi-la, com a
certeza de que não será um "best seller", mas que certamente
contribuirá com uma melhor compreensão da alma humana e da história do
Espiritismo.
Em 1922 Delanne prefaciou "A Granja do Silêncio" de Paul Bodier,
publicado em português pela FEB e de excelente aceitação pelo público francês,
quando lançado.
O "canto do cisne" do pesquisador dos espíritos foi ditado em 1924 e
parece ter tido publicação póstuma em 1927. Regnault e Bodier se referem a ele
como "Documentos para Servir ao Estudo da Reencarnação", e está
publicado em português com o título "A
Reencarnação". Tese polêmica junto aos espiritualistas ingleses,
Delanne trata da reencarnação em outras culturas e se esmera em documentar
evidências da reencarnação com o auxílio da tese da memória integral. A
casuística é extensa e o que os pesquisadores contemporâneos denominariam como
métodos de memória espontânea e provocada têm seu lugar neste livro, com
apresentação de procedimentos e resultados.
Traduzido por Carlos Imbassahy, a edição consultada data de 1992 e já está em
sua oitava edição, tendo sido impressos cerca de quarenta mil livros.
Últimas Palavras
Por que acreditamos nos espíritos? Possivelmente alguns adeptos do Espiritismo
dos dias de hoje responderiam esta pergunta se referindo a algum médium cujas
faculdades lhes trouxe alguma evidência na vida além da matéria. Outros se
lembrarão de obras que lêem como se fosse uma ficção mas que são respeitadas
devido à autoridade de um expositor vibrante que lhes confere o caráter de
verdade.
Hermínio Miranda, ao contrário, relatou que no início dos seus estudos sobre o
Espiritismo e a mediunidade, o seu introdutor no Espiritismo lhe recomendou a
leitura de Kardec, Denis e Delanne.
Certamente, o espírita que tiver estudado a obra deste gigante do pensamento
espiritista terá uma convicção diferente, quanto aos espíritos e a mediunidade.
Convicção embasada em fatos e em reflexão. Convicção filosófico-científica. Gema
tão preciosa quanto rara nos dias em que os "novidadeiros" se
enfileiram em busca das notícias, tão diferentes quanto improváveis, do suposto
"mundo dos espíritos", mesclado do "mundo da imaginação dos
pseudo-médiuns".
Observemos detidamente os tradutores da obra de Delanne. Aqueles que conhecem a
história do movimento espírita brasileiro reconhecem o porte dos que se
dispuseram a traduzi-lo. Quintão, Imbassahy, Guillon Ribeiro, Ewerton
Quadros... Ninguém mais, ninguém menos.
O número de edições, que é bem tímido se comparado às centenas de milhares de
"Nosso Lar" ou às cifras bem superiores a um milhão de "O
Evangelho Segundo o Espiritismo", que apontam o potencial do mercado
editorial espírita em nosso país. Sem dúvida que este quadro será diferente,
quando os estudiosos e expositores espíritas atentarem para a relevância da
obra de Gabriel Delanne e seguirem seu conselho, divulgando-a.
Agradecemos de coração, para finalizar, os esforços do Centro Espírita Léon
Denis, que vem realizando esforços editoriais na contramão do mercado, mas na
direção de um Espiritismo melhor conhecido e divulgado. Certamente não teríamos
acesso ao trabalho cuidadoso de Regnault e Bodier se não fosse a pena paciente
do professor José Jorge e o trabalho em equipe deste núcleo de estudantes e
trabalhadores da causa espírita.
Fonte: GEAE - Grupo de Estudos Avançados Espíritas
Fontes
bibliográficas
- BODIER, Paul, REGNAULT, Henri. Gabriel Delanne: vida e obra. Rio de Janeiro: CELD, 1990.
- DUMAS, André. História do Espiritismo. in: História do ocultismo Porto: Nova Crítica, 1980
- LANTIER, Jacques. O Espiritismo. Lisboa: Edições 70, 1971. p. 74-83.
- MIRANDA, Hermínio. Diversidade dos carismas. Niterói: Arte e Cultura, 1991.
- WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec (vol. III). Rio de Janeiro: FEB, 1980. p. 120-122, 314-316, 373-379
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